.:Enxaquecas da K471:.
Dói, mas não cansa!
30.10.05
Gripe das Aves, na Madeira - A preocupação!
Tirado hoje do Dn local. Está demais!!!! Apesar do gozo da gente da minha terra, o que importa é que dá para dar algumas gargalhadas!!!
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«Será que isso é verdade?»
Dona Serafina cruza os braços e olha desconfiada quando lhe falamos da gripe das aves.
Ali, no sítio do Espigão, o alcatrão é novo e a televisão um mundo onde se misturam novelas e notícias. Todas vistas com a mesma crença ou desconfiança.
«Ainda ontem foi o funeral daquele velhinho da novela. Mas penso que aquilo é tudo mentira» , diz Florinda enquanto percorre o espaço entre o galinheiro e a casa onde vive.
É assim: tudo pode ser mentira ou verdade. Não se sabe ao certo.
Na era da globalização até mesmo no distante Espigão a gripe das aves é assunto de conversa, mas a importância que se lhe atribui não é muita.
As galinhas não são um bicho estranho que se vende às partes dentro de embalagens assépticas no supermercado, divididas em coxas, pescoços, peitos, moelas e fígados. Muito pelo contrário.
São compradas ainda pintos e tratadas com todo o esmero e dedicação. Uma ou outra acaba por morrer.
Os antigos dizem que as galinhas «estalam» com o calor do Verão. A vida e a morte são ali encaradas com normalidade. Animais e pessoas travam, em conjunto, uma luta por um quotidiano nem sempre fácil. A morte é a certeza que se encara com a mesma força com que se enfrenta as dificuldades. Gente e bichos morrem.
Agostinha sabe de tudo isto. Uma das suas galinhas morreu na semana em que lá estivemos. E até uma «cadelinha», que lhe tinham dado para tratar, teve o mesmo destino. «Deram-me o bicho e disseram-me que comia de tudo. E comeu veneno». conta. Para trás ficaram dois cachorros ainda de olhos fechados.
Têm sido alimentados a leite que comprou no supermercado da Ribeira Brava. E, no jogo incerto da vida, estão vivos contra todas as probabilidades, e muito à custa da dedicação que as pessoas do campo têm aos seus animais.
As galinhas compram-se para matar. Há que garantir a mesa todos os dias. Mas até ao fim são tratadas com todos os cuidados.
Serafina diz que a irmã de Agostinha «muda as fraldas às galinhas». Não literalmente, é claro, mas a verdade é que todos os dias coloca papel no fundo do galinheiro e muda sempre que está sujo. «É uma trabalheira».
São meses e meses a cuidar dos bichos, ali mesmo à porta de casa. Por isso, é claro que não têm medo de comer a carne, nem os ovos. As galinhas de casa são de confiança, mas já olham com outros olhos para a carne do supermercado. «Não é tão gostosa».
Isto também sabe Florinda que nos levou até ao galinheiro, onde cuida de várias galinhas e de um porco já a reclamar por comida, quando o relógio bate quase as três da tarde. «Há uma "molesta" nas galinhas lá fora em Lisboa». Florinda viu a na televisão. Mas isso é lá longe. Nada que lhe diga muito respeito. Gosta de tratar das galinhas em casa, porque depois sabe o que está a matar», realça, enquanto coita com carinho a galinha que tem ao colo.
A gripe das aves também é coisa que não preocupa José Faria Gonçalves. De foice ao ombro, diz que «não percebe que as frangas que tem no galinheiro estejam doentes». É claro que de vez em quando morrem. Toda a vida teve galinhas, toda a vida cresceram, e toda a vida «azoigaram».
A gripe das aves não lhe tira o sono. «Ainda na semana passada morreu-me uma franga, começou-lhe a cair as penas e "azoigou"».
É ele próprio quem cuida do galinheiro. Além de milho em grão e da ração, as galinhas comem um pouco de tudo. «Comprei-lhes uma dentuça», ironiza.
Também na Lombada, Ponta do Sol, a gripe das aves não mete medo.
Um jovem resume a coisa em poucas palavras: «Galinhas? Quando estão doentes estalam e pronto. Vão pelos pinheiros abaixo». É esta a naturalidade de quem vive perto da natureza, e olha para os conselhos dados na televisão e nos jornais com alguma incredulidade. Até porque «hoje em dia morre-se pelo que se come, pelo que se bebe, e «até por fazer sexo».
Dona Arminda está no quintal, mas não resiste a descer e a perguntar o que estamos por ali a fazer.
«São da agricultura? Um dia vieram aí, escreveram umas coisas nuns papéis mas nunca mais apareceram».
Mas nós não éramos da agricultura. Queríamos saber o que pensava da gripe das aves.
Arminda encolhe os ombros, olha para o fim da estrada e dispara: «Então agora vão vacinar as galinhas?».
A possibilidade parece-lhe tão estúpida quanto pensar que vamos ser eternos.
«Eu sei que vou morrer um dia, com vacinas ou sem vacinas». Depois, ainda há o caso da vizinha que se foi vacinar contra a gripe e que ficou pior. Andou dias a queixar-se. O melhor mesmo é ficar quieta. O que é preciso é trabalhar, porque quem não o faz, não come. E, quanto às galinhas, vão continuar a morrer somo sempre aconteceu. Das mais variadas razões. «Há semana passada apareceu aí um "perro" e matou cinco de uma só vez».
As senhoras Deolinda e Rosa também não estão a pensar deixar de comer carne de frango. «Ainda hoje comi um ovo cozidinho», diz uma delas. Gripe? Também os humanos apanham, e daí não vem mal nenhum ao mundo. Se no Funchal têm medo de comer, podem comprar «e mandar para a Ponta do Sol que ninguém recusa».
Irene Inácio tem galinhas e patos, e não tem a mínima preocupação com a gripe das aves. «Tenho é medo das pessoas que são falsas. Aquelas que ouvem um dedo de conversa e contam um braço». Esse é o seu receio.
O resto acha que é tudo mentira, e diz que também já inventaram doenças para vacas e porcos. Para demonstrar que nada teme, entra no galinheiro, chama uma das «queridas», traz para o colo, vira-na ao contrário e mete o dedo para ver se tem ovo. Alguém falou na gripe das aves?
Dor sentida pela K471 @ 12:50
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Minha mãe anda louca!

Já não sabe onde colocar mais livros!
É que ainda ontem chegou mais um: Meridiano de Sangue (Cormac McCarthy)

Adoro ver e ter os livros bem à minha beira, livros guardados não!

Mesmo ao pé da cama, tenho dois. Lendas Portuguesas da Terra e do Mar e 300 Perguntas de Cultura Geral. São mesmo livros para se lerem à noite, mesmo antes de dormir.

E como já está na hora, até amanhã minha gente.

Oiçam a voz que vem lá do fundo, como numa brisa trazida pelo vento, com aroma de jasmin. Voz essa que traz um perfume raro, e muito difícil de captar...
Acolham-na... e guardem-na debaixo de um sonho.
;)
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OPINIÃO:
Um romance de grande rigor literário em volta de um tema que se encontra extremamente dissecado e esgotado noutros meios de expressão: no cinema, nas bandas desenhadas, na própria indústria de brinquedos.
Estamos a falar da vida no oeste americano de meados do século XIX, vulgarmente etiquetado como paisagem de «westerns».
O leitor, logo às primeiras páginas, entra num universo que não encaixa de modo algum nos cânones de assimilação dos típicos cenários de «western», por um lado, pela soberba qualidade de escrita, bem cuidada no detalhe e riqueza de descrição de cenários e do desenvolvimento da acção, por outro, por uma violência terrível que afastará as pessoas mais sensíveis e mesmo porventura as menos sensíveis.
A violência não é gratuita, como se poderia depreender que tal fosse normal num típico «western», é uma violência que se sente real e de descrição necessária como substância essencial à construção deste romance que descreve o verdadeiro horror vivido nesses tempos, em todos os aspectos da existência humana, onde uma vida não valia absolutamente nada e onde a morte e a tortura eram vividos de uma forma completamente resignada, porque constantemente presente, e onde tudo o que de mau o ser humano tem se revelava nas suas mais bárbaras expressões.
A narrativa centra-se em volta de um rapaz, que ainda novo começa a vaguear sozinho pelo Oeste, sofrendo e assistindo a episódios horripilantes, até que é recrutado por um bando de caçadores de escalpes, e a partir daí participa numa história de monstruosos e inumanos massacres legais (?) e ilegais, sem qualquer regra de conduta ou respeito por qualquer tipo de ser vivo.
Neste bando participa outro personagem, a verdadeira figura central deste romance, conhecido como o «Juiz», que é o expoente de todo o cenário de violência do mesmo.
Homem com uma enorme experiência de vida, e que já vagueou por todo o mundo, com imensos conhecimentos, inclusivamente académicos, fluente em imensas línguas, é um filósofo que advoga a apologia da regeneração da civilização pela violência, fazendo regularmente dissertações ou observações profundas sobre o verdadeiro sentido da vida nas quais ninguém acredita, apelidando-o de louco, mas reconhecendo a imensa sabedoria que o Juiz demonstra, não pela teoria, mas pela sua prática, revelando o Juiz ser o melhor dançarino num palco da vida em que toda a gente, em determinado ponto, se recusa a dançar, e por isso morre, donde poucos são os iluminados que como ele sabem como deve ser vivida a existência. Personagem terrível e macabra, capaz das maiores atrocidades e ao mesmo tempo dos melhores gestos humanos na maior das delicadezas, revela um homem que conhece todos os extremos do ser, e que, como que sem moral ou consciência (que ele facilmente revoga numa das suas dissertações) age da forma que bem lhe apraz em qualquer momento.
Com um registo num caderno de tudo o que de original vai encontrando, destruindo as provas logo a seguir, constrói a realidade sob a assunção de que tudo aquilo que não viu não existe, e por isso é um homem completo sem qualquer necessidade de nada mais, apenas de viver o que cada dia lhe oferece, no tal palco da vida em que poucos sabem verdadeiramente dançar.
McCarthy, além do já falado superior rigor de escrita que demonstra, revela também um conhecimento profundo do território do Oeste americano, com todas as descrições detalhadas das centenas de cenários que os personagens do romance atravessam, além de um grande conhecimento da história real, em termos de factos, ocorridos nesse período, servindo o livro também como documentário fabuloso e único do Oeste Americano.
Mas, acima de tudo, todo o retrato humano (?) da regeneração pela violência, cujos sobreviventes deram origem aos cidadãos americanos actuais, pela forma superior em que é escrito, descrito, e interpretado (principalmente pelo Juiz), faz deste livro uma obra-prima imprescindível a qualquer bom leitor, afastando o rótulo de «western» (com as conotações banais que normalmente os envolvem) que o título pode sugerir.
Como última nota, é dificil não fazer um paralelismo com «As Vinhas da Ira», de Steinbeck, cuja acção também se passa em cenário semelhante mas 50 anos depois, onde veremos que os sobreviventes continuam com a violência bem aguçada, embora mais controlada e «civilizada», no completo desrespeito pelos mais básicos direitos de vida do próximo.
A verdadeira esperança do homem não vive em ambientes hostis, que mata todos os seus rebentos à nascença.
Dor sentida pela K471 @ 01:17
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29.10.05
Noite dos Diabos!
Há momentos na vida em que só apetece soltar o "monstro" que há em nós, "deslargar" o lado mais animalesco da nossa personalidade e engolir a terra.
Freud se calhar tem uma explicação para esta nossa vertente mais negra, mas o que é certo é que estamos quase em cima daquela altura do ano em que, oficialmente, podemos vestir a pele do lobo, e "comer" uns cordeirinhos inocentes... (nhami, nhami!)
Antes de mais, há que explicar que o actual nome desta festa profana tem origem na expressão irlandesa "Hallow E´en", que celebra a noite antes do Dia de Todos os Santos, celebrado no dia 1 de Novembro. Afinal de contas, no inglês arcaico, o verbo "to hallow" significava "santificar".
Grande parte das raízes desta efeméride remonta à antiguidade celta, onde este povo acreditava que na noite que precede o novo ano, a fronteira entre o mundo dos vivos e a dos mortos tornava-se vaga. Assim, druidas celebravam o fim da época das colheitas com enormes fogueiras "sagradas", onde se faziam sacrifícios de colheitas e gado.
Com o avançar dos tempos, esta festa intimamente pagã começa a ganhar novos contornos.
Após ter conquistado as terras de influência celta, o império romano instituiu uma efeméride para homenagear e recordar os finados, em finais de Outubro.
Já no século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como o Dia de Todos os Santos, um dia para recordar os santos e mártires da Igreja Católica.
Tal como as "teorias da conspiração" disseminadas pelo "O Código Da Vinci" de Dan Brown, há quem diga que esta iniciativa papal teve o propósito de abafar as festas pagãs, que tinham grande tradição nestas alturas.
Curiosamente, foram os imigrantes europeus que levaram estas tradições para os Estados Unidos. Era para se parecer simpático.
Na segunda metade do século XIX, este país foi "inundado" com irlandeses que fugiam à fome provocada pela crise da batata, que se arrastou entre 1845 e 1849.
Mas a predominância da religião protestante (viva ao Martinho Lutero!!) na Nova Inglaterra da altura limitava este tipo de expressão profana, e a celebração do Dias das Bruxas passou a ser feita de uma forma transgressora. Ou seja, quem tinha o costume de homenagear os seus entes queridos falecidos à sua maneira, tinha de o fazer às escondidas: no meio de bosques assombrosos, com uma fogueira e rituais que metiam medo a eventuais espiões protestantes encarregues de denunciar os pagãos.
Datam destas alturas, as terríveis caças às bruxas, que fazem parte do imaginário norte-americano. Um exemplo deste ambiente persecutório pode ser visto no filme "As Bruxas de Salém - The Crucible", de 1996, protagonizado por Daniel Day-Lewis e Winona Ryder.
Embora em Portugal não haja muita tradição de celebrar o Halloween, conhecido por cá como o Dia ou a Noite das Bruxas, a coisa mexe muito com os marados dos Estados Unidos. Tanto assim que é um feriado nacional (não seria mal se fosse assim em Portugal).
O imaginário de "bruxedo" que os americanos andaram a espalhar ao longo de séculos infiltrou-se no imaginário da cultura "pop" ocidental. Há poucas pessoas nascidas em finais do século XX que não associam a palavra Halloween a bruxas, gatos pretos, demónios ou criaturas macabras. Séculos e séculos de tradições e histórias que passaram de geração em geração criaram uma espécie de misticismo milenar em torno desta época do ano.
Hoje em dia, em terras do Tio Sam, a tradição mais forte deste feriado corresponde às habituais sessões de "trick or treat", onde milhões de crianças pelo país fora se vestem para ir de porta em porta, à procura de doces.
A explicação mais vulgar para este comportamento remonta, de novo, aos primórdios do Dia de Todos os Santos, na Inglaterra.
Por esta altura, os mais pobres iam de porta em porta para mendigar comida às famílias dessas moradias. Estas, por sua vez, davam pastéis chamados "bolos de alma" ("soul cakes"), a troco de promessas para que estes mendigos rezassem pelos seus antepassados.
Esta tradição terá sido encorajada pela própria Igreja Católica, que a preferia à prática antiga de deixar comida e vinho na rua para os espíritos que supostamente vagueavam perto dos locais onde morreram.
Quanto à tradição de envergar máscaras ou disfarces, esta é explicada pelo facto de as pessoas terem receio de sair nestas alturas do ano. Como acreditavam que havia espíritos por todo o lado, achavam que o uso de um disfarce evitaria que fossem reconhecidas pelos fantasmas.
Até usavam roupas rasgadas para dar a impressão de que eles também eram fantasmas
com o avançar dos tempos, a coisa mudou um pouco.
As crianças começaram a ir de porta em porta para pedir guloseimas. Se o morador não desse qualquer coisa, eles tratavam de pregar algum tipo de partida ao vizinho antipático. Daí ter surgido a expressão "trick or treat".
Já ao virar do século passado, o que a malta queria era pôr de lado as superstições, as bruxarias e os fantasmas do passado para colocar a tónica da festa na diversão.
Aqui surgiram as iniciativas comunitárias de organizar desfiles, onde a vertente "monstruosa" era de facto realçada, mas sem a carga assustadora dos tempos antigos. É por isso que há cada vez mais desfiles de Halloween, com escolas ou grupos de cidadãos a se trajarem a rigor.
Mas Halloween não é só doces, se formos a ver, a faceta mais visível, especialmente no que respeita ao mundo ocidental, é o "marketing".
A partir da década de 50 do século passado, esta festa anual passou a ser um negócio. Só nos Estados Unidos, este feriado movimenta qualquer coisa como 6.9 mil milhões de dólares por ano, o que o torna no feriado mais rentável do ano, logo a seguir ao Natal.
Qualquer série de televisão tinha que ter um ou dois episódios baseados nas peripécias do Halloween.
Um exemplo primoroso desta estratégia é a série "Os Simpsons".
Já há alguns anos para cá, esta família de bonecos dedica-se a um especial, onde até o genérico é alterado. Por exemplo, o criador passa a ser conhecido por "Mad" Matt Groening e o produtor por James "Hell" Brooks.
Na Região, alguns espaços de animação nocturna irão promover noites de "terror", onde a máscara e o traje apenas ajudam a realçar os nossos instintos mais primitivos.
E a ver vamos se é desta que vou...!!! Algum monstro por aí que queira me fazer companhia?
Dor sentida pela K471 @ 12:55
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Agora sim!
Falem-me de licores, canjas, bolos de mel, bebidas quentes...
Bendita chuva, e frio à noite.
Que saudades! Casacos, camisolas quentinhas, calças escuras, meias grossinhas.
Daqui a uns dias, lá está a Katya à beira da lareira, de calças lycra, pullover de lã, e meias anti-derrapantes, a aquecer as mãos, os pés e a ponta do nariz.
Agora sim... já me podem oferecer as iguarias natalícias!
Eu continuo sentadinha.
Dor sentida pela K471 @ 01:30
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25.10.05
Vícios
Meus?
Livros, chapéus, relógios...
Ui, chega a dentro!
Dor sentida pela K471 @ 23:57
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20.10.05
IIIª Guerra Mundial
Hoje, enquanto via um documentário sobre a guerra da Alemanha contra a Inglaterra, de repente descansei os olhos no visor da televisão. Os meus olhos aguaram pois nem pestanejei.
Pensei.
Fiz um refresh doloroso e semelhante até ao tempo actual.
Parei e pensei.
A "IIIª Guerra Mundial" é o terrorismo...
Dor sentida pela K471 @ 22:09
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10.10.05
Dia feliz!
Só quando pensei que tinha tido um dia de merda, vi uma pessoa que me fez ver que afinal nem tudo corre mal, que a vida é totalmente imprevisível, e que de vez em quando delicia-nos com umas coisas bem doces...
Vi um funcionário dos Salesianos que sempre foi meu amigo. Chama-se Ferdinando.
Caramba, nem caibo em mim, de tão contente!
Pois bem, lá ia a menina pela Rua do Aljube (para quem não sabe, fica em frente à Zara, na baixa) e vejo o Ferdinando ao longe.
Baixei a cabeça, como num sinal de “ai, não, não acredito, tenho de olhar mais uma vez!!” e olhei. E então não era mesmo ele?!
Bem, fui andando, mas ele nada. Quando passou perto olhou, mas não me reconheceu.
Eu, impulsiva, como nunca!!, digo: Já não me conheces??
Ele, olha e diz: Oh miúda!!!! E dá-me dois beijos, todo feliz! E eu, toda derretida…
E lá falámos sobre tanta coisa. Dos professores/padres salesianos que já foram para outro mundo, daqueles que estão cansados e que dia menos dia, fazem companhia aos outros… dos professores que restaram da minha altura, das obras da escola, do pavimento vermelho das salas que as tornavam geladas, etc… etc…
Ele ainda continua lá, e pelo que me disse até temos funcionários que já foram meus amigos…
Ai, que felicidade!!! Estávamos os dois radiantes!! Aos meus olhos tudo se tornou mais brilhante, o dia mais claro, os sons perfeitos, e até parece que o tempo tinha parado. LINDO!
Falámos de tanta coisa, em tão pouco tempo. Tive de ir embora, pois ainda estava em trabalho…
Foi uma alegria, e estou feliz!!!!
Despedimo-nos, e ele acariciou-me a cabeça como se fazem aos miúdos… adorei, e senti-me pura, inocente, querida outra vez. Senti-me criança. E um sorriso enorme levou-me até ao trabalho, e depois até casa, e até agora… aqui! Quero agarrar-me a este sorriso e guardá-lo para sempre!!!
O Ferdinando era o meu ombro, a minha mão. Era consolo, era força. Era também o meu salvador!
Lembro-me de estar na sala de aula a ter Música com o prof. Lino Rodrigues (quase ninguém gostava dele, eu sim… mas o bendito senhor implicava sempre comigo…).
Fica quase sempre atrás, e as aulas de música eram uma alegria, pois dava sempre para andarmos de um lado para o outro.
Pois, eu também não era excepção. Mas, nesse dia, apeteceu a um colega, apalpar-me. Eu, como não gostei e irritada como fiquei, peguei na minha caneta (daquelas grossudas com diversas cargas multicolor) e ameacei-lhe:
- Tu, pára com isso!!! (Com os olhos a ferverem, e os dentes a lhe prometerem vingança!)
E acompanhei aquela raiva com um gesto com a mão que segurava a caneta.
Ora, como ela estava partida onde se abria, a parte com as cargas voou para cima do prof. … e eu, babada, a ver aquele momento e câmara lenta, e sem reacção esperei que ele dissessse alguma coisa.
Pois… ele todo arregalado, e também com os olhos vermelhos, disse:
“ANDREIA, RUA!!!!!!!” “COM FALTA DISCIPLINAR!”
Tentei explicar, mas nem deu hipótese! Saí com raiva e comecei a chorar.
Fui ter com o Ferdinando (o gabinete dele ficava no mesmo andar, a poucos passos da minha sala). E lá lhe expliquei a soluçar de tanto chorar, o que se tinha passado.
Ele acalmou-me, e disse que ia falar com o professor. Fiquei no gabinete, enquanto ele foi à sala. Depois, chama-me a sorrir, e diz que eu podia entrar. E lá fui eu.
Senti-me tão feliz, e tão protegida…
Lembro-me também de uma vez, numa aula de Ed. Física.
Era futebol, e a aula foi no campo de alcatrão.
Bem, só sei que voei. Vi o céu, depois as redes lá ao fundo, e o alcatrão. Isto em ordem, descendente. Muito giro…
Resultado: Lesão no joelho, na mão, e lapas e mais lapas…
Fiquei sem forças… chorei de tanta dor.
Quem fez questão de me levar à Clínica Santa Catarina foi o Ferdinando… Não disse que era o Salvador?! Eheheh.
Tive situações giras naquela escola, esta também foi das melhores eheheh.
Estava eu com dores de barriga, e com um bilhete no bolso (feito por mim, em nome da minha mãe eheheheh) para entregar ao prof. de Ed. Física.
Consegui o que queria, ficar na bancada a chupar rebuçados (uns bem redondos, com um diâmetro de 2,5 a 3cm, eram bons!!! Tinha de amora, morango, laranja, limão, nhamiii). Antes da aula, fui ao bar comprá-los.
Tinha combinado com uma amiga para não participarmos na aula eheheh.
Depois sentámo-nos a vê-los jogar, falando e rindo ao mesmo tempo. Mas como isso nunca foi o meu forte, cof cof, ruaaaaaaaaaaa, caaaaaaaaaaaaaaffffffff engasguei-me.
Bem, acho que tudo parou à minha volta. Não conseguia respirar mesmo! Vejam lá que o maldito rebuçado desceu na horizontal!!! Horrível, extremamente doloroso! Dói, só de lembrar!
A minha amiga começou a gritar aflitíssima, e lá veio o pessoal todo bater-me nas costas, na barriga (aiiiiiiiiiii) e nada!! E eu a ficar mais roxa.
Entretanto, ouvi, “CHAMEM O MÁRCIO”!! (o porteiro) e eu: “Ai, é desta que vão me partir!”
Lá veio o Márcio. Mas enquanto demorou, já estava na casa de banho a tentar meter os dedos na garganta… Depois, vejo o Márcio a entrar por lá dentro, pegou em mim, por trás, e deu cada soquete que nem lembrava ao diabo fazer aquilo!!!
E… nada! Desceu ainda mais. Sentia cada milímetro. Jamais me esquecerei.
Grande susto… Pensei que ia morrer.
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E pronto… estou feliz! Adoro recordar a minha escola, os meus amigos, tudo. Nessa altura só existiam sentimentos puros…
Estou radiante. Hoje durmo feliz.
__
Aconteceu-me uma engraçada há pouco… mas amanhã conto ehehhe!
Dor sentida pela K471 @ 23:36
6 Comprimidos
9.10.05
O hoje já deu o que tinha a dar
Aqui sentada, ladeada pelo meu primo e minha mãe, jogando o jogo do galo em pé lado a lado, passando o bloco de notas e a caneta um ao outro, e depois de ter vindo da cozinha, de uma conversa muito interessante e didáctica, a qual reproduzo aqui por completo:
K471 - Olha, como é que se faz filhos?
Mano - Arranja-se uma mulher!
K471 (eu já a sorrir e arregalada)
- E depois?
Mano - E depois? PUMBA, PUMBA!! (fazendo freneticamente gestos com a mão),
Chego à conclusão que o dia de hoje termina aqui, até porque a cama fica mesmo ali, com um sorriso enorme nos lábios, e com uma gargalhada louca que me rasga os cantos da boca ehehehehe.
Adeus minha gente, vou dormir.
Dor sentida pela K471 @ 21:35
3 Comprimidos
Um adeus
Deixei na tua mão
um adeus
Como um presente
um adeus
Como uma maldição
um adeus
Como um sorriso
um adeus
Como um sonho perdido
um adeus
Como um grito calado
um adeus
Como o meu último suspiro
um adeus
Deixei-to ...e parti!

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Encontrei-o no meu computador, nos Ficheiros Recebidos. De momento apenas palpito quem tivesse mandado.
Por achar simples, e interessante, coloquei-o aqui.
Dor sentida pela K471 @ 01:30
1 Comprimidos
8.10.05
O sr.X
Pois bem, encontrei este mail no meu lixo electrónico, bem antes de levar um erase. Foi por pouco mesmo.
Se não fosse o assunto "Mesmo madeirense?!" por esta hora já estava a ser reciclado ehehe.
Achei pertinente colocar aqui. Não sei quem mo mandou, apesar de ter deixado contacto para poder responder. Coisa que ainda não fiz, mas é já a seguiriii.
Pertinente pois salienta bons conselhos, reaviva as coisas boas que existem neste mundo, e aquilo que somos enquanto filhos da Terra. Os (entre-parênteses) são da minha autoria.
Já agora, sabendo que o sr.X vem cá e aproveitando a liberdade que a blogosfera oferece, agradeço as suas geniais e sábias palavras.
Cá vai:
______________
Olá ****(não interessa saberem que nick uso :p)!
Apanhei-te, qual sereia, num site de astronomia e decidi ver quem eras, porque não é normal ver raparigas interessadas em astronomia, principalmente aqui na nossa Madeira. Não é nada pejorativo contra vocês mulheres.
Na verdade, não espero encontrar muitas pessoas interessadas no tema, sejam homens ou mulheres.
Devo salientar que quem gosta de astronomia tem de ser boa gente!
É que esta ciência é a única capaz de nos mostrar a nossa pequenez: nós não somos nada diante do universo!
Por isso, coloquemo-nos no nosso lugar e não percamos tempo das nossas vidas em questiúnculas, mas sim em tentarmos ser, a cada dia, uma evolução de nós próprios em convívio com os outros.
Parabéns também por ter verificado outra coisa: andas a tentar obter códigos pró nokia (oops oh sr. X eheheh esta parte era desnecessária), o que demonstra seres uma curiosa por tecnologia e isso acrescenta mais pontos à minha consideração: já é difícil encontrar gente curiosa na ilha e entre as mulheres isso acentua-se mais. Não é uma crítica: as mulheres não foram ensinadas para isso (só por esta, vou lhe responder via mail!).
Para mais, tens um blog muito bem construído: belo, simples e eficaz! Eu não consigo tal coisa!
Fiquei satisfeito por ver que, afinal, aos poucos, na nossa ilha vai crescendo uma cultura daquilo a que eu chamo de curiosidade, de conhecimento: as pessoas interessam-se por coisas que estão fora do seu currículo, pois só assim conseguiremos sair do marasmo intelectual deste nosso ilhéu.
Aprendamos a construir barcos e naveguemos por esse mar desconhecido, sem rumo, apenas ávidos de procurar algo, não interessa o quê!
Desculpa, se me intrometi onde não era chamado, mas gostei da tua mentalidade, da tua maneira de ser. Não é provocação nenhuma: acho que somos um povo muito pouco superior...ainda!
Acho-te madura (de certeza que são só 21 anos?!), boa leitora e curiosa...continua.
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Esqueçam os elogios :p
Ok, ok. Obrigada, obrigada ehehehehe.
Dor sentida pela K471 @ 19:11
1 Comprimidos
Não, odeio, e não faço mais!!
Pois é, não empresto mais livros a ninguém!
Nem a família, nem a amigos, finito, over and out!
Ainda por cima, um dos meus livros preferidos. Chegou-me às mãos, sujo, pontas quebradas por descuido, e com um fedor a cigarro que é impossível tê-lo na mão!
É o que faz emprestar, passa por mãos que nem lembra o diabo!
Minha gente, livros é objecto pessoal! Para mim, sim!!
Adoro sublinhar partes importantes, marco páginas, e deixo sempre um marcador dentro do livro. Marcadores esses que encontro sempre quando estou a ler a obra. Uma pena, uma folha. Até agora tem sido giro, pois recolho do chão, ou então caem em mim.
Estes marcadores contam sempre uma história...
E este tinha uma folha, que agora nem vê-la!!!!! A 1ª de todas...
Caraças, pá!!! Que raiva!
Não empresto mais, acabou-se!
Dor sentida pela K471 @ 18:37
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Incoerências (1)
Estão fora de tempo, e é por isso que chamo de incorências, e porque também não se encontra explicação em tudo, vou mencionar aqui algumas coisas que se passaram comigo.
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Ainda ontem, saí do trabalho e não consegui esperar até chegar a casa, para então comer. Estava mortinha de fome. Parei no primeiro sítio.
Escolhi o que comer, e esperei que me dessem a tal almejada comidinha.
Estava um tanto quanto atrapalhada, bolsa e livro na mão, e sandes e B! noutra. Deixei o copo para trás.
Cheguei à mesa, descarraguei aquilo tudo, mesmo de lado como os camiões, e voltei atrás. Ao me virar, dei de caras com um senhor, que por acaso estava ao meu lado no balcão. Fez a gentileza de me trazer o copo.
Ainda pensei que fosse alguma forma de engate, mas mesmo assim agradeci, sem muitos sorrisos. Receei que até se sentasse na mesa comigo... (se ainda fosse giro, miau)
Comi, e reparei que fora embora. Relaxei, pensei.
Estamos todos "corruptos" pois esta sociedade assim obriga! Por vezes, uma boa acção é equiparada a interesses. Até eu estou "corrupta", meu deus!
Senti-me mal. Este lado desconfiado, e citadinho que todos temos mancha ou transtorna por vezes os pequenos gestos.
Mas a verdade é que já me fizeram tantas, que agora fico sempre reticente.
E eu que dou valor aos pequenos gestos, seja com olhar, um sorriso, uma ajuda... Senti-me mal. Acabei e vim embora. Triste.
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O meu gato Ky.
Sempre adorei gatos. Acho que outrora fui alguma deusa egípcia... se bem que dizem que traços não me faltam.
Pois bem, mas o Ky, é especial.
Nos dias de semana, acordo 08:33 (sim, 33, podem rir à vontade. Não é 30, nem 35, é 33 e pronto!). Vou à rua e abro a porta do casarão do meu gato.
Vou à cozinha e assalto o fridge. Objecto roubado: Um iogurte.
Vou comê-lo sempre para a rua, fico encostadinha à porta de casa, já que os trajes que me envolvem deixam muita pele de fora.
Estes dias têm sido do must, pois a chuvinha tem me feito companhia.
Pois bem, depois disso, vou a banhos.
Depois, a normalidade de sempre, secar o cabelo, e me vestir.
09:45 saio de casa, e lá vai o Ky comigo. Minha mãe na varanda a acenar-me, e ele a miar junto de mim, esfregando-se nas minhas pernas e fica-se por ali. Chega ao fim da rua e não vai mais, que giro!
Despeço-me e vou-me embora.
Chego por volta das 13:25, lá está ele à minha espera. Assim que entro aqui na rua, chamo logo pelo bichano, e lá sai o engraçado debaixo de um carro, ou vem a correr pela fazenda, até mim.
Faço-lhe umas festas, ele roça-se, e lá vamos pra casa os dois.
Sempre que chego ofereço qualquer coisa. Fiambre ou então um paté de cogumelos e atum... ehehhe se minha mãe sabe que tem sido para ele, ui, ai! Ela não precisa de saber :p
Almoço, e volto a sair às 14:40. E lá vamos nós. Eu, Ky e mãe.
Volto novamente às 19:30. E dá-se a mesma rotina.
Agora, estou aqui sentada a escrever, e ele está debaixo da cadeira a dormir.
Aos fins-de-semana, se a janela do meu quarto não estiver bem fechada, ele faz questão de abri-la, e entrar. Sobe para minha cama, devagarinho e acorda-me deliciosamente. Enche-me de carícias.
Isto é que é ser acordada por um gatão! Ai, ai... se o borracho fosse homem casava-me com ele. Já não existem homens assim! Eheheeh, nem que se ofereça o "melhor prato" ;)
Por vezes, não chego às mesmas horas. E lá está a minha mãe a ligar para saber se me demoro. Diz que o Ky não pára de miar, e anda desgostoso. Fica na rua às voltas miando, chamando por mim.
Minha mãe chama-lhe, mas nada... ele olha triste, mas não entra em casa.
Quando é assim, tenho de avisar para a minha mãe ir buscá-lo.
Depois chego, e vou lhe fazer umas festas. Deixo-no a dormir.
É giro, não é?
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Dia complicado.
Papeladas, assinaturas, escrituras, registos, telefones, arquivamentos, etc e tal. Dia louco!
Parecia que nunca mais colocava os pés em casa.
Cheguei tarde. E ainda por cima é nesses dias que parece que tudo demora... o autocarro, o tempo, enfim... tudo.
Mal entrei no autocarro, sentei-me logo à frente. Era onde tinha vaga, e porque geralmente é mais calmo. Maldita hora que te sentaste K471! A sorte é que era apenas uma cadeira isolada.
Mas ao lado, um homem alcoolicamente giríssimo que emanava um podre a vinho de "Mercado", Ganita, BomAmigo, Ponto Final, etc e tal, atrás desse, um lesmão sem vergonha alguma, e atrás de mim, um homem com uma tosse que repudiava qualquer pessoa. Era nojento mesmo, ainda por cima espirrava imenso. Esse também soltava um cheirete a tabaco e a vinho.
Olhei sempre para o lado oposto desejando chegar a casa. Tentava respirar fundo pelo pouco ar fresco que entrava por aquela janela.
O tema de conversa entre os dois, e o motorista, era sobre o mareitimee, como se já não bastasse as infelicidades anteriores.
Lá saí do bus! Era como se tivesse estado debaixo de água tanto tempo... queria ar! Ar!!
Continuei caminho a casa.
Deparo-me com um cão que me assustou. Olhou para mim, rodando o maxilar tipo a mascar pastilha elástica. Ui, desolho, e continuo a andar.
Chego por fim, e meto-me logo debaixo de um banho quente, sem luzes algumas. Só o reflexo das luzes dos outros quartos...
Meti-me logo na cama. Socorro, quero sonhar!
Dor sentida pela K471 @ 11:56
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6.10.05
Amar é...
Enquanto não escrevo novo artigo, fiquem com este texto, que me mandaram por email.
Cá vai… dá que pensar…

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Amar é muito mais que querer a pessoa ao nosso lado, é muito mais que a aprisionarmos em nossa alma e coração.
Amar alguém é deixá-lo livre para fazer o que quiser, para ser feliz.
Amar é apenas saber que o outro está feliz e com isso já nos sentirmos felizes. É ouvir sua voz ao telefone e sentir o coração disparar; é aguardar ansiosamente que o mesmo toque e que o coração se acalme ao saber que não nos esqueceu.
Amar é deixarmos a pessoa que está ao nosso lado livre para escolher seu caminho.
É termos a consciência de que ninguém nos pertence.
É sabermos que se um dia deixarem de estar ao nosso lado, é porque não eram capazes de nos fazer felizes.
Amar é respeitar e ser respeitado.
É precisar e ser ajudado.
É ser requisitado e poder dizer sim.
É sabermos que ninguém nunca nos pertenceu e jamais nos pertencerá.
Pois as pessoas são como pássaros soltos; livres para escolherem seu caminho.
…E se um dia retornarem ao nosso encontro é porque nos farão felizes!
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Pensem, pensem muito bem.
Dor sentida pela K471 @ 22:30
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4.10.05
In memorium (5/5/2004)
OUVI ALGUÉM PARTIR DE MIM
ouvi há instantes de pele crescendo alguém partir
de mim suavemente nas asas de uma sombra obscura e leve
fiquei parado dentro do sangue bombeado a espaços
aguardando um indício uma mensagem um apito
de comboio intravenoso que indique o destino da viagem
acabada de se dar numa carruagem de pensamentos
um coração batia algures confundindo-se com algo escondido
nas montanhas arrepiadas de meu peito e surpreendia
pela sua perseverante continuidade tam-tam indígena e persistente
a dúvida era saber quem buscava a sina distante
e quem ficava para trás prisioneiro do corpo e da vida
exactamente no lugar sem fronteira onde as coisas fazem sentido
tronco de árvore onde não importa a cor da seiva
não é preciso cruzar a terra devastar florestas inventar
horizontes e apagar as chamas das noites brancas
para semear o algodão agreste dos tempos antigos
partimos aos poucos e escutamos a caminhada por dentro
dos ossos no conjunto das artérias no enlace das veias
partimos aos poucos para lugar nenhum onde não há ninguém
à espera nem apetece depois regressar cansados da aventura
partimos aos poucos como partem os vagabundos as aves
os soldados os poetas ou apenas os amigos
e acordamos amanhã devagar com o cheiro de outra loucura
José António Gonçalves (in "ARTE MÁGICA", Ilha 3, ed. Câmara Municipal do Funchal, 1991)
Dor sentida pela K471 @ 23:38
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Forget About Tomorrow
Música...
(Feeder - Forget About Tomorrow)

Calling, distorting
Reach the ends for you
Burn a hole right through
Talking, we keep talking
Filling empty space
In this lonley frame
As the image fades in to one

Today it all feels fine
A sense of freedom fills your mind
Can't think about tomorrow
Just breathe the air inside
And bring on back that lonely smile
Can't think about tomorrow

Twisting, constricted
On the edge for you
You know I’d jump right through
Falling, we keep stalling
I can see the ground
Someplace new to land
As the image fades into one

Because you, feel yourself
Fall apart again
You hold your face inside your aching hands
The angels tears come flooding down again
Bring us back again

Yearning, returning
To this empty street
As the city sleeps
Tearing, despairing
As the day comes in
As the morning sings
As the image fades into one
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Preciso esquecer-me. Feriadinho, vieste a calhar.
Dor sentida pela K471 @ 22:27
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Just The Way I'M Feeling
Hoje, só mesmo música...
(Feeder - Just The Way I'M Feeling)

Love in, love out, find the feeling
Scream in, scream out, time for healing
You feel the moments gone too soon,
You're watching clouds come over you.

Torn in two,
You close your eyes for some place new,
Torn in two

And I feel it's going down,
Ten feet below the ground,
I'm waiting for your healing hand,
One touch could bring me round,
I feel we're going down,
Ten feet below the ground,
It's just the way I'm feeling

Glow in, burn out,
Lost the feeling
Bruise in, you bruise out,
Nurse the bleeding
Torn in two,
Each time we bruise

Yeah yeah, it's just the way
I'm feeling
Two different views,
As words confuse and break
I can't get out,
There's no way out of here,
I can't get clear.
Love in, love out
Find the feeling...
Dor sentida pela K471 @ 22:12
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3.10.05
A história do 2-0 (NACIONAL x Penafiel)
NACIONAL x Penafiel

Liga Bet&win, Choupana - 02 Outubro de 2005
Depois de tanto azar nos atalhos que escolhi, sempre consegui chegar lá cima.
Paguei a quota (ehhehe ontem escrevi cota, e malharam-me logo) no Estádio, minutos antes do jogo.
Dei um grande bacalhau ao Sr. Alberto que estava tão atarefado, mas mesmo assim fez questão de largar tudo para me cumprimentar.
Dei 8€, para se pagar 7.50€.
Naquela loucura, ele dá-me 0.20€... mas reparou, ao mesmo tempo que eu, que não era o troco certo ... lá trocou a moeda, mas eu continuei "mordida" ehehe.
De repente pensei , "hummmmm o resultado vai ser 2-0" ... Mas não disse nada, pois nesta época não faço prognósticos.
E PIMBA!!!!!!
Ainda pensei que ver um jogo com um amigo lota me daria azar... mas... eheheh.
OLÉ NACIONAL 8)
Dor sentida pela K471 @ 22:43
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1.10.05
Sem título, sem adjectivos... sem nada!
É assim este post. Sem nada, mesmo com várias palavras, no fundo, não vale nada...
Tarde de merda!
1º Tontices, e mais tontices ao tentarem arranjar casório para os meus lados...
2º Não entenderem o que é amizade, pura e simplesmente amizade...
3º Não me compreendem!
4º Ter partilhado uma ideia muito bonita e única com alguém, e ter combinado que íamos, e por fim, esse alguém foi com outra pessoa , e ainda teve a gentileza de me dizer e mandar as fotos por msn... Aceitei, pois não fazia ideia que fosse isso...
5º Na mesma altura que estavam a mandar, tava a dar Monty Python na RTP-Memória, perdi a série por estar a aceitar as fotos...
6º Por fim, chateámo-nos. Fui sincera, e disse que tinha ficado triste... Ligaram eu não quis atender, então desligaram o msn e foram embora...
7º Ao fim ao cabo, deixei tudo... para acabar assim...
PQP!!!
Conclusão: da próxima tá calada e faz as coisas sozinha. Tem os teus próprios momentos e não te iludas com ninguém, não esperes por ninguém.
E faz o que gostas e não penses nos outros!
Olé!!!
Dor sentida pela K471 @ 16:33
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Paciente

K471
Funchal, Portugal
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